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CRÍTICA | ETERNOS (2021)


Para avançar ainda mais na construção de personagens e histórias de sua 4ª fase, Marvel lança esta semana Eternos. Um filme cheio de estrelas de Hollywood que poderia ser a remissão da 20th Century (antiga Fox) com os fãs do MCU.

Pantera Negra (2018) | Crítica

Uma aventura consistente e importante sobre a ascensão de um rei.


Importante.
Essa é a definição primordial da existência desse filme no contexto atual da humanidade. Com a polarização da nossa sociedade, a ascensão da extrema direita e grupos supremacistas, Pantera Negra vem ao mundo mostrar que sim, nós somos importantes, nós somos muitos!


Paradoxalmente enquanto nossa sociedade se divide com extremismo, racismo velado, o machismo e a homofobia que ganham holofotes cada vez mais, alguns em combate a esse tipo de pensamento, e  muitos, infelizmente, se revelando serem adeptos desse tipo de atrocidade, surge um herói da Marvel no cinema que vem conquistando a todos, quebrando diversos recordes de bilheteria, total aceitação do público e sendo elogiado pela crítica, fica difícil de entender como nossa sociedade funciona. 



É impossível desvencilhar Pantera Negra de sua questão política, já que ele carrega isso desde o cerne de sua criação nos anos 60, sendo o primeiro super herói negro a ter sua própria revista em quadrinhos e a quebrar o paradigma de que super heróis negros na capa não vendem revistas.

Engraçado que mesmo após quase 60 anos isso esteja acontecendo novamente, agora no cinema, não é? Não, na verdade isso não tem graça nenhuma, é só um reflexo do quão pouco evoluímos em alguns aspectos sociais. Mas é gratificante ver que mesmo que isso demore, ao menos esteja acontecendo.


Após os eventos ocorridos em Guerra Civil, T’Challa retorna a Wakanda, cidade africana super desenvolvida tecnologicamente secretamente, para assumir seu lugar no trono de seu pai, sendo contestado por uma parcela de seu povo e um familiar desconhecido, e acaba por descobrir algumas imperfeições de seus antepassados.

O filme consegue criar cenários incríveis e jamais vistos no cinema, uma mescla entre o tecnológico e o tribal criando um ambiente único imaginável se a áfrica fosse realmente um lugar super desenvolvido, tornando Wakanda um local atrativo e crível aos olhos dos telespectadores. 



O filme acerta em todos os seus personagens coadjuvantes, sendo a sua maioria em destaque um elenco feminino, com personagens fortes, independentes e carismáticas, Danai Gurira, Lupita Ny’ongo e Letitia Wright compõem o principal entorno do Pantera que torna o filme muito mais interessante de assistir.

E o “vilão”? Sim temos um vilão aqui, e aquela velha discussão sobre os vilões da Marvel serem esqueciveis e só cumprirem sua função no roteiro não se aplica desta vez. 



Michael B. Jordan interpreta com maestria Killmonger, o vilão mais humano e complexo da Marvel, com motivações reais e entendíveis para qualquer um, tornando esse vilão, na minha opinião, o melhor de todos até hoje mostrado neste universo. 

Pantera Negra tem seus problemas, errando em repetir certo s momentos da trama, tornando às vezes um pouco cansativo e o abuso de CGI na cenas de ação, deixando as lutas poucos críveis com bonecos emborrachados em batalha, mas é algo que pode ser corrigido num possível segundo longa da franquia, já que é algo fácil de resolver, sendo um aspecto apenas técnico.


Independente de opiniões pessoais e pequenos defeitos em sua execução, Pantera Negra é um filme que precisa existir, assim como Mulher Maravilha mostrou que uma super heroína é capaz de fazer as pessoas saírem de casa e irem ao cinema, vemos isso se repetir novamente por um elenco que conhece a luta, a discriminação, a necessidade de se provar todos os dias e que é capaz de entregar tudo aquilo que a sociedade exige se tiver uma coisa chamada: OPORTUNIDADE.
"E deixe-me dizer uma coisa, a única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra pessoa é oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem."
-DAVIS, Viola. Emmy 2016.

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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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