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De Pernas Pro Ar 3 (2019) | Crítica

A terceira vez é sempre a melhor.

Se tem uma coisa que brasileiro gosta é de uma comédia que nos faça rir muito, Paulo Gustavo está aí para provar. Em 2010, tivemos o prazer de conhecer De Pernas Pro Ar, uma comédia que inova no enredo e nos faz rir muito. Em 2012, tivemos a sequência, que foi bom e conseguiu atingir o seu objetivo. Agora é lançado a continuação, De Pernas Pro Ar 3, que pode surpreender a todos. 

Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral (2019) | Crítica



Se tem uma coisa que nordestino sabe é o quanto somos mal caracterizados na maioria dos filmes, séries e novelas, com sotaques, costumes e culturas representados como uma só coisa. Ainda bem que temos gente suficiente para mostrar as peculiaridades de cada povo no cinema. E assim, nós apresentamos CINE HOLLIÚDY 2: A CHIBATA SIDERAL, um filme do Ceará para todo o mundo. 

O Doutrinador (2018) | Crítica

Quem não reage, rasteja!

Quando falamos em cinema brasileiro, muitas vezes, nosso senso nos leva as comédias estilo besteirol que os brasileiros têm usados há tempos para atrair um público lucrativo para o cinema. Por outro lado, temos obras magníficas e lembradas internacionalmente como Cidade de Deus, Tropa de Elite e Central do Brasil (que rendeu a indicação de Melhor Atriz no Oscar para Fernanda Montenegro).

O que esses filmes brasileiros, aclamados lá fora têm em comum? Eles mostram uma realidade mais forte do Brasil, uma realidade que as comédias, muitas vezes desprezam e/ou debocham. E é justamente em um contexto político como o atual que chega aos cinemas essa semana o filme O Doutrinador, baseado nas HQs de mesmo nome de Luciano Cunha.

Quando vi o trailer pela primeira vez, achei que seria somente mais um filme brasileiro focado em violência e pancadaria. Mas O Doutrinador tem um modo diferente de apresentar a violência e há todo um contexto profundo por trás, não deixando que os atos violentos sejam simplesmente por puro desejo.

O Doutrinador se passa em uma cidade fictícia não especificada, podendo parecer o Rio de Janeiro, São Paulo ou Brasília. Além disso, trás um aspecto de Brasil futurista, com enormes luminárias e telões girantes em arranha-céus enormes.

O filme nos trás a história de Miguel (Kiko Pissolato), um agente da Divisão Armada Especializada, que tem como missão prender o governador do estado por desvio de dinheiro da saúde. Após a prisão, o governador nega todas as acusações. Em meio a tudo isso, Miguel tem a filha morta por uma bala perdida e ter o atendimento em um hospital público negado, passando a culpar o estado pela sua falta de recursos e problemas com corrupção.


Um esquema com o Supremo Tribunal Federal, concede um habeas corpus ao governador. Isso geral em Miguel revolta, e no meio de uma manifestação consegue uma máscara de gás e a usa para lutar contra policiais da tropa de choque, conseguindo chegar até o gabinete do governador e o matar brutalmente a socos.



A partir desse ato, Miguel assume a identidade de O Doutrinador, um justiceiro mascarado que busca ao mesmo tempo, se vingar pela morte da filha e acabar com um esquema de corrupção que atinge o país inteiro. O problema que surge em meio a tudo isso é conseguir alguém que lhe ajude hackeando e-mails e documentos, e nomeio de tudo isso, surge Nina (Tainá Medina), uma hacker especialista que vai ajudar Miguel em todos os processos.


O Doutrinador passa a matar todos os políticos envolvidos nessa rede de corrupção, dividindo opiniões em todo o país sobre os seus atos e podendo modificar os resultados das eleições presidenciais que estão se aproximando.

É bem interessante o quanto o cinema brasileiro pode ter evoluído com esse filme, trazendo uma perspectiva diferente da que trazia. Um grupo de vilões extremamente caricatos, um super-herói com direito a fantasia e tudo, espelhando o desejo de muitos brasileiros.

O filme traz muitas cenas de ação, com um estilo de luta bem parecido com os filmes de super-herói estado-unidense, com direito ao “salto de super-herói” (Pool, Dead, 2016). Além disso, o design visual lembra muitos filmes baseados em HQs e mangás como Scott Pilgrim Contra o Mundo, Kingsman e A Vigilante do Amanhã.


É claro que comparar O Doutrinador com filmes aclamados como esses não é exatamente o correto, mas é inegável que um filme nesse estilo nunca foi produzido no Brasil. Sem contar que a qualidade é inegável e uma das coisas que mais ouvi depois da sessão acabar foi que realmente foi algo surpreendente.

Outra coisa surpreendente é a atuação dos protagonistas. Kiko Pissolato nunca foi dos atores mais aclamados, não havia nenhum papel tão importante para ele até esse momento, somente com algumas passagens por novelas como Amor à Vida (vale ressaltar que a maioria dos seus personagens nem nome tinha), entretanto, ele entregou realmente o que o filme precisava, um personagem focado em sua missão, amoroso quando tinha que ser, sofre quando era necessário, sem contar as cenas de ação, que o ator demonstrou saber bem o que estava fazendo.


As qualidades técnicas também estão bem diferenciadas do que vinha sendo trazido no cinema brasileiro, com técnicas que mesclam realidade e computação gráfica, cenas de ação ensaiadas com estilos de luta que lembram até o Batman.

Realmente foi uma surpresa muito boa assistir esse filme, e ver como a realidade atual foi exposta, como um candidato a presidência consegue o que quer se tem o apoio do STF, STE, ministérios distribuídos de acordo com favores feitos, apoio da bancada evangélica e ruralista, deputados prometendo aprovar coisas só para agradar um grupo de fanáticos como a aprovação da cura gay e proibição do kit gay e a bancada evangélica zombando nos bastidores de seus apoiadores. Nada disso sou eu que estou dizendo, isso é o que está no filme, mas parece tanto com a realidade que chega a chocar.


No filme estreia hoje, 1 de outubro, em todo o país, assista até o final e corra para assistir antes que seja proibido pelo próximo governo por acusação de doutrinação.


INDICAÇÃO DE FILME

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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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