CRÍTICA | Adão Negro (2022)

 


Dwayne Johnson, também conhecido como The Rock, estreia em Adão Negro interpretando seu protagonista Teth-Adam, alter ego do anti-herói que pertence ao universo da DC Comics. Seja para o bem, seja para o mal, esse longa ainda mantém muito da estética construída por Zack Snyder para o universo cinematográfico da DC, apesar de todas as mudanças recentes ocorridas na direção da Warner.




A trama se passa em Kahndaq, um país árabe fictício que estaria situado no continente Africano e seria muito semelhante ao Egito. Teth-Adam, um antigo mago venerado devido às lendas que falam sobre seus poderes, é libertado nos dias atuais. Suas ações, porém, acabam preocupando um grupo de heróis denominado de Sociedade da Justiça, que o confronta imediatamente. A equipe é formada por Gavião Negro (Aldis Hodge), Senhor Destino (Pierce Brosnan), Cyclone (Quintessa Swindell) e Esmaga-Átomo (Noah Centineo). 


A direção é de Jaume Collet-Serra (Águas Rasas, Jungle Cruise), mas poderia ser facilmente atribuída a Snyder, já que apresenta praticamente os mesmos vícios do diretor de 300, como o uso excessivo da câmera lenta e o estilo exageradamente sombrio. Há também muitas cenas de luta, tão intensas quanto difíceis de entender, o que acaba diminuindo o impacto dos confrontos realmente importantes. Tudo isso embalado em uma trama previsível e anticlimática.


A grande estrela do filme é sem dúvidas Dwayne Johnson, que entrega um Adão Negro imponente e bastante convincente. Desde a primeira cena, não duvidamos do que ele é capaz, o que contribui para nossa imersão na narrativa. O que atrapalha o astro é o roteiro, que tenta justificar suas decisões e acaba passando por discussões relevantes de maneira bastante dúbia. Em dado momento, o filme parece inclusive justificar o uso da violência como um caminho para resolução de conflitos, ainda que de maneira não intencional.



Em relação aos outros heróis, há erros e acertos. Gavião Negro e Senhor Destino estão muito bem caracterizados e possuem papeis relevantes na trama. A dupla é um dos pontos altos do longa e poderia ter recebido mais cenas de destaque. Já Cyclone e Esmaga-Átomo, por outro lado, estão sofríveis. O estilo dos dois, bastante pitoresco, parece destoar totalmente do filme, nos dando até mesmo um pouco de constrangimento ao vê-los em cena. Definitivamente não foram bem construídos e aproveitados.


É uma pena que algumas cenas deixam a impressão de que o filme foi cortado ou acelerado para caber nos 124 minutos apresentados. Há personagens que precisavam ser explorados e discussões que poderiam ser desenvolvidas, mas o filme parece estar sempre apressado para não ficar muito longo. É possível que vejamos uma versão estendida em breve.


De maneira geral, para os fãs que esperavam alguma novidade ou mudança de tom nos filmes da DC, é provável que Adão Negro seja decepcionante. Contudo, o filme deve funcionar para aqueles que são fãs do “SnyderVerso”, já que parece se inspirar bastante em sua estética, garantindo algum nível de entretenimento com suas diversas cenas de ação. 



Por: Samuel Holanda


Assista ao Trailer:




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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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