CRÍTICA | ETERNOS (2021)


Para avançar ainda mais na construção de personagens e histórias de sua 4ª fase, Marvel lança esta semana Eternos. Um filme cheio de estrelas de Hollywood que poderia ser a remissão da 20th Century (antiga Fox) com os fãs do MCU.

Há 7 mil anos, dez Eternos foram enviados à Terra com a única missão de proteger os seres humanos de Deviantes, uma espécie de criatura que tem como função apenas matar os humanos. Passado milhares de anos, ameaça parece ter sido erradicada e eles se separam, esperando pelo dia em que fossem chamado de volta para seu planeta Olympia. Porém, com a volta de toda a população mundial após o estalar de Tony Stark, os Deviantes aparecem mais fortes e evoluídos. Caberá aos eternos definir quem é o verdadeiro inimigo.

Não há como negar que a Marvel preferiu escalar um elenco de peso para esse filme, principalmente como consagrados no cinema, como Angelina Jolie, no papel de Thena e Salma Heyek, interpretando Ajak. Além delas, temos Richard Madden (Ikaris), Kumail Najiani (Kingo), Lauren Ridloff (Makkari), Brian Tyree Henry (Phastos), Lia McHugh (Sprite/Duende), Don Lee (Gilgamesh), Gemma Chan (Sersi), Barry Keoghan (Druig), Kit Harington (Dane Whitman) e ainda a introdução de ninguém mais, ninguém menos que Harry Styles no MCU com papel de Eros, irmão de Thanos.



Um grande elenco de protagonistas, com algumas indicações ao Oscar. O problema está de nem mesmo os carisma de alguns de segurar o roteiro as vezes confuso e desnecessário. Isso também tem a ver com direção e edição, que fizeram parecer um episódio de Once Upon a Time, em que tudo que acontecia no presente, precisava ser explicado com algo do passado. Nas duas primeiras vezes é até interessante, depois fica totalmente desnecessário e exagerado.

Outro fator importante, é que apesar de todos os eternos serem protagonistas, alguns deles parecem ser esquecido por mais da metade do filme e quando finalmente é necessário acontece algo e 'puff', alguém consegue fazer melhor que eu. E esse melhor do que eu acontece várias vezes, com algo que na área das artes se chama 'deus ex-máquina', quando algo ou alguém aparece de repente e resolve tudo sem muita dificuldade, apesar de parecer impossível anteriormente.

Tudo isso parece bem estranho para os moldes da Marvel, pois apresenta uma nova estrutura de roteiro que pode não ser tão interessante para quem já está acostumado a grandes sequencias de luta. Em Eternos, o foco ficou em apresentação e desenvolvimento dos personagens, incluindo secundários. Porém isso, não funciona muito bem com todos.

Por outro lado, o filme é visualmente bonito, já que a maioria dos locais são ambientes desérticos e naturalmente belos. Além disso, a computação gráfica ajudou muito na caracterização dos personagens, dos deviantes e dos ambientes não reais. Isso faz com que se tenha uma experiência mais realista e atrativa, mesmo quando o foco não são as lutas, mas sim os inúmeros diálogos.



Outro ponto positivo do filme é representatividade. Nessa nova fase, Marvel tentará apresentar cada vez mais diversidade em seus personagens e logo nos protagonistas temos: Kingo, com características indianas e direito a ser ator de Bollywood; Makkari, primeira super-herói surda; Phastos, super-herói negro, gay e pai de família, trazendo o primeiro beijo gay do MCU. Entre eles, Kingo é o que tem mais visibilidade e desenvolvimento dentro da história. Já Makkari tem pouco tempo de tela, porém, se mostra uma das melhores guerreiras da Marvel. Com Phastos, o fato de ser um homem gay casado com outro homem e pai de um garotinho, vai fazer toda a diferença para as suas decisões no presente e no futuro.

Kingo (Kumail Najiani)


Makkari(Lauren Ridloff) 


Phastos (Brian Tyree Henry) 


Não pode-se esquecer de outro fato muito importante, em dois momentos do filme, os personagens fazem piadas envolvendo Batman e Superman, mesmo eles pertencendo a DC, "inimiga" da Marvel. Além disso, as referências à mitologia grega estão em todos os lugares, desde os nomes de personagens até na morte de um deles.

Com todos esses pontos, o mais importante a se dizer é: VALE MUITO A PENA ASSISTIR ETERNOS! É um filme que dá uma experiência visual incrível e que vai ser bem importante para o futuro do MCU.

Eternos estreia nesta quinta, 04 de novembro, em todos os cinemas do Brasil.

OBS¹: O filme tem 2 cenas pós-créditos.
OBS²: A participação de Harry Styles é mínima, mas podemos aguardar mais dele.

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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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