Editora: Rocco
Páginas: 320
Classificação: 5/5
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Sinopse: Uma história que começa com a ousadia de um jovem repórter ao entrevistar Louis de Pointe du Lac nascido em 1766 e transformado em vampiro pelo próprio Lestat figura apaixonante que terminará ao longo da série arrebatando multidões como cantor de rock.´― Quer dizer que ele sugou o seu sangue? – perguntou o rapaz.― Sim o vampiro sorriu. É assim que se faz. ´Louis esse vampiro que se recusa a livrar-se das características humanas e aceitar a crueldade e a frieza que marcam os vampiros continua a contar a história desde o início:´― Escute mantenha os olhos abertos – murmurou Lestat com os lábios encostados em meu pescoço.― Lembro-me que o movimento de seus lábios arrepiou todos os cabelos de meu corpo enviando uma corrente de sensações através de meu corpo que não me pareceu muito diferente do prazer da paixão...´
É um mundo de uma fantasia impressionante um mundo gótico romântico esse criado por Anne Rice e traduzido por Clarice Lispector. O texto da autora americana não poderia ter melhor intérprete talvez mesmo cúmplice.
Escrito em 1976, Entrevista com o Vampiro ganhou recentemente uma nova edição pela Rocco. Com uma nova imagem de capa e capa dura a edição tem agradado aos leitores das Crônicas Vampirescas de Anne Rice e ao mesmo tempo tem atraído novos leitores para que conheçam a ousada entrevista de Louis de Pointe du Lac feita por um jovem repórter que esperava tudo, menos a possibilidade de encontrar um vampiro de verdade.
Era 1791 quando a vida de Louis acabou e ao mesmo tempo continuou, mas tudo mudou completamente, talvez fosse o destino, talvez fosse sua inclinação para atrair a morte para si e para aqueles a sua volta, o fato é que os acontecimentos familiares, levaram Louis a um caminho sem volta pela estrada do diabo como muitos definiriam o caminho que ele acabou tomando.
Após uma perda significativa em sua vida, Louis acaba trilhando um caminho que o leva à Lestat (que naquela época era um belo de um interesseiro manipulador – sinto falta dele nos livros mais recentes) que o transforma em vampiro. É com a mudança de Louis e seu relacionamento com Lestat que apreendemos mais sobre os vampiros de Anne e os mitos que são colocados à prova em seus livros.
É a partir da transformação de Louis que temos a primeira mudança significativa do personagem, se aos 25 ele era um adulto responsável pela família e suas posses, como vampiro ele era apenas uma criança que dependia de Lestat, são tantas perguntas, muitas sem respostas.
A segunda mudança é com a criação de Claudia, uma criança vampiro destinada a ficar presa no corpo de uma criança para sempre, também um perigo para a sociedade dos vampiros, pois uma criança assim permanece para sempre com os comportamentos impulsivos da idade em que foi transformada. É com a presença dela que muitos comportamentos e falta de respostas começam a ser questionadas, e se vocês leram ou assistiram ao filme sabem que é aqui que tudo muda novamente.
“Seus lábios eram vermelhos, seus modos livres,
suas madeixas eram amarelas como ouro;
Sua pele era tão branca quanto a lepra,
Ela era o Pesadelo da VIDA-EM-MORTE,
Que enche o sangue humano de frio.” (p.145)
Antes que eu entregue algo importante vou parando por aqui, mas acho que ficou claro que eu poderia passar horas e horas falando desse livro, né?!
De modo geral, o que vocês precisam saber sobre esse livro é que ele não entrou para a lista de clássicos sobre vampiros atoa, em um romance com elementos góticos, a autora levou o mito dos vampiros para outro nível, ela criou uma comunidade abrangente e rica em detalhes que fazem com que pareça até real. Além disso, a tradução para o português foi feita pela Clarice Lispector, então acho que nem preciso dizer mais nada.
Ah! Entrevista com o Vampiro ganhou uma adaptação com o mesmo nome estrelada por Brad Pitt e Tom Cruise e apesar da descrença na época de que eles poderiam fazer um bom trabalho o filme agradou muita gente. Com roteiro escrito pela Anne fica perceptível a fora como a adaptação é fiel ao original, houve sim algumas mudanças, mas as partes significativas e marcantes da obra estão presente na adaptação que manteve o tom sombrio e melancólico de Louis. Por isso, se você não tem certeza se deve ou não ler esse livro, eu recomendo que assistam a adaptação, tenho certeza de que irão se decidir depois do filme.
Ah! Dica de fã: assista Entrevista com o Vampiro, mas esqueça que a adaptação de Rainha dos Condenados existe, nesse só a trilha sonora salva.
Dica de fã 2: Confiram a HQ publicada pela Rocco que mostra os acontecimentos de Entrevista com o Vampiro pelo ponto de vista da Claudia, é bem interessante.
#Resenha por: Patrícia Silva