O Menino na Ponte - M. R. Carey


Editora: Rocco

Páginas: 384

Classificação: 

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Sinopse: Aos 15 anos, Stephen Greaves é um gênio científico precoce, cujo trabalho pode dar à humanidade sua melhor arma contra uma praga devastadora que assola o mundo. Ele e a epidemiologista Samrina Khan são dois dos dez tripulantes do Rosalind Franklin, um laboratório blindado sobre rodas liderado por um comandante prepotente e autoritário, que cruza uma terra devastada em busca da cura para esse vírus que alterou para sempre a vida como conhecemos. A viagem é longa, e a restrição do espaço físico para toda a tripulação faz com que a tensão do confinamento seja também uma ameaça considerável. O veículo torna-se um caldeirão de diferentes agendas, crenças e visões de mundo prestes a explodir. Em meio a esse ambiente hostil, Stephen tem em Samrina uma figura maternal que o protege dos demais cientistas, que o tratam com cautela, desprezo ou verdadeiro ódio. Mas o menino não se importa com confrontos físicos, mentiras e incertezas; encara todos os seus desafios com interesse, astúcia e muita habilidade. Todos carregam aspirações e sonhos, mas sabem que, se tudo der errado, sua perda poderá ser suportada. Eles sabem muito bem que são dispensáveis.


Esse livro foi meio que uma decepção para mim, eu realmente gosto de histórias de períodos pós apocalípticos, mas o que eu não gostei nada foi de não ser avisada que esse livro é uma espécie de continuação de outro livro, na verdade o que aconteceu foi um pouco pior: disseram que poderia ser lido tranquilamente sem a leitura do primeiro. Eu digo: JAMAIS FAÇAM ISSO. Eu terminei essa história com a sensação de vários buracos que tenho certeza que teriam sido preenchidos pelo livro A Menina Que Tinha Dons.


Stephen Greaves conhece o que é a perda, o luto e o desespero. Ele o sentiu desde muito jovem. Agora ele está a bordo de um projeto que leva esperança. Um jovem brilhante, mas diferente que pode conseguir a cura para a doença que acabou com o mundo que um dia os adultos conheceram. Samrina, uma das cientistas da expedição é uma espécie de figura materna para ele e o protege daqueles que não entendem o que ele é e o que faz. Quando a viagem avança e novas descobertas são feitas, Greave e os demais passageiros tem escolhas muito difíceis a fazer.


Como falei esse livro foi meio que uma decepção, ele não é ruim, tenho certeza que se tivesse lido o primeiro livro teria gostado muito mais da narrativa. A escrita de M. R. Carey é fluída e muito dinâmica, mas ele deixa muitas perguntas no ar, sem resposta.


Greaves é um garoto que é especial, desconfio que ele tenha espectro autista, mas isso não é abordado no livro. Ele sofre desprezo por parte dos outros tripulantes e encontra consolo com Samrina, que o colocou debaixo de suas asas desde cedo.


Sinceramente eu não gostei do desfecho da maioria dos personagens, acho que o autor se utilizou da tragédia para a redenção e acabou eliminando todos os personagens que realmente fizeram algo ao longo do livro, para que um novo mundo pudesse surgir onde a humanidade não liderasse, mas fosse caçada e depois tratada como animais em um zoológico.


Enfim, é um livro que fala sobre perdas e escolhas equivocadas. Se você já leu A Menina Que Tinha Dons, eu recomendo a leitura. Se não, vá ler ele primeiro.

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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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