Moxie: Quando as garotas vão à luta - Jennifer Mathieu



Moxie: Quando as garotas vão à luta foi escrito por Jennifer Mathieu, uma autora que eu não conhecia, e foi uma grata surpresa nesse período de mudanças na minha vida pessoal.



O livro conta a história de Vivian (Viv para os íntimos), uma adolescente comum que tenta passar da melhor forma possível pelo terrível Ensino Médio, tendo um pequeno obstáculo: o machismo institucional que há em sua escola. E aqui não estamos falando daquelas atitudes sutis que todo mundo passa ou vai passar algum dia, camuflados de brincadeirinhas ou daquele famoso “ela não entendeu o que eu disse”. Estamos falando de garoto assediando garotas abertamente com zero pudor, vestindo blusas com frases escritas de tudo que há de mais nojento nessa vida, e outras coisas bem mais sérias que vocês vão ver no decorrer da história, e tudo respaldado pelo diretor da escola, que por acaso é pai de um dos ditos garotos.

Viv, filha de mãe feminista, é tudo que a mãe nunca foi. Quieta, estudiosa, tímida, não entra em problemas, e enfim, a adolescente considerada “perfeita” pela família, principalmente aos olhos dos avós traumatizados. Tudo isso começa a mudar quando, ao encontrar uma caixa com fragmentos do passado da mãe, resolve distribuir uma espécie de panfleto de forma anônima, protestando sobre a situação no colégio e convidando as meninas a desenharem corações e estrelas nas mãos se elas concordarem com o que foi dito. Para a surpresa de Viv, várias outras meninas (inclusive seu crush) acabam desenhando e mostrando que ela não está tão sozinha assim.

Moxie é um livro gostosinho de ler e te traz várias reflexões. O desenvolvimento da personagem é belíssimo de se acompanhar. Vamos de uma Viv que não se manifestava em nenhuma situação, que sofria calada as injustiças que passava junto com as amigas, para uma Viv que foi um instrumento, o fio condutor de uma revolução na escola. Várias vezes você se vê com o sangue fervendo de raiva das situações que são apresentadas e em mais de um momento eu me vi pensando se sobreviveria no Ensino Médio sem uma suspensão ou algo pior se estivesse em seu lugar. Mas a situação de Viv é ainda pior: qualquer mancha no currículo escolar impacta diretamente na escolha de possíveis faculdades, então, protestar por seus direitos é realmente viável com algo banal como seu FUTURO em jogo? Vamos ver quem vai ler para descobrir isso hahaha

Algo bem legal é que no final do livro a autora conta um pouco de como foi seus primeiros contatos com o feminismo e deixa alguns sites em inglês para os leitores que se interessaram. A edição brasileira que não é boba, nem nada, fez uma nota reunindo alguns sites sobre feminismo em português e indicou um livro também, então vamos ler e nos informar!
Talvez minha mãe tenha razão. Talvez um dia eu saia de East Rockport.
Mas antes preciso causar um incêndio.



Editora: Verus Editora
Páginas: 288
Onde Comprar: https://amzn.to/2uuxfBn

Sinopse: Vivian Carter está cansada. Cansada da direção da escola, que nunca acha que os jogadores do time de futebol estão errados. Cansada das regras de vestuário machistas, do assédio nos corredores e dos comentários babacas dos caras durante a aula. Mas, acima de tudo, Viv está cansada de sempre seguir as regras.A mãe de Viv era dura na queda, integrante das Riot Grrrls nos anos 90. Inspirada por essas histórias, Viv pega uma página do passado da mãe e cria um fanzine feminista que distribui anonimamente para as colegas da escola. É só um jeito de desabafar, mas as garotas reagem.Logo Viv está fazendo amizade com meninas com quem nunca imaginou se relacionar. E então ela percebe que o que começou não é nada menos que uma revolução feminista no colégio.


6 comentários:

  1. Oi, Andressa
    Quem dera se na época do colégio as meninas fossem tão unidas assim.
    Mas na escola sofri mais não por ser mulher, mas por ser gorda.
    Tenho certeza que Moxie é uma leitura obrigatória para todos, fiquei muito curiosa para saber mais sobre essa revolução que uniu as meninas no colégio. As frases na camiseta é demais né, não basta ouvir ainda tem que ver e ler em camisetas.
    Adorei o quote, para ser e ter voz temos que causar incêndio mesmo.
    Beijos

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  2. Ah, esse livro está na minha lista de desejados desde o lançamento.
    Amei sua resenha, me deixou com mais vontade de ler.
    Acho interessante abordar um tema relevante com leveza.

    Beijos

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  3. Esse tom de escola da história e pelo machismo no meio já me lembrou de tanta coisa... Mas ao contrário da garota nunca fui de aturar coisas calada. Do tipo que faz escândalo com injustiça. Era assim na escola...
    Mas achei legal pelo jeito que a personagem parece se desenvolver e as coisas que faz pra mudar uma situação assim. Mesmo que possa haver tanto em jogo no futuro e toda essa pressão de ter a força ou não pra enfrentar isso. Parece legal, um livro com bons sentimentos e coisas pra desenvolver e deixar uma lição bacana, passar uma mensagem.

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  4. Andressa!
    Para um livro adolescente, achei a temática bem diferente dos livros dessa fase.
    Gostei de ver que a protagonista se transforma para ir em busca de uma 'reforma' feminista, que não seja tão injusto para as meninas e isso é legal, agora, como falou, ela tem de ver se essa é a prioridade para a vida e carreira dela.
    cheirinhos
    Rudy

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  5. Oi, Andressa!!
    Nossa ainda não tinha visto nenhuma resenha sobre Moxie: Quando as garotas vão à luta, amei a premissa e acho tão importante livros como esse, espero ter a sorte de ler esse livro e conhecer um pouco mais sobre esse tema.
    Bjos

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  6. Olá! O livro parece ser muito bom mesmo, o tema é bastante atual, e a maneira que a autora o aborda é muito bacana, simples e leve, com protagonistas que estão formando suas opiniões e conceitos.

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Priscila, linguista de formação, doutoranda em Narratologia. Começou a ler um livro do Sidney Sheldon aos oito anos e nunca mais parou. Hoje, fez das Letras sua profissão.

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