Editora: Arqueiro
Páginas: 320
Sinopse: O governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia. A Dra. Jean McClellan está em negação. Ela não acredita que isso esteja acontecendo de verdade.Esse é só o começo...Em pouco tempo, as mulheres também são impedidas de trabalhar e os professores não ensinam mais as meninas a ler e escrever. Antes, cada pessoa falava em média 16 mil palavras por dia, mas agora as mulheres só têm 100 palavras para se fazer ouvir....mas não é o fim.Lutando por si mesma, sua filha e todas as mulheres silenciadas, Jean vai reivindicar sua voz.
Primeiro de tudo, quero iniciar dizendo que nada que eu escreva aqui vai conseguir expressar o sentimento de completo pavor e de tristeza que tive no decorrer da leitura desse livro. Até então nunca tinha lido nada da autora e tentei das formas que pude me distanciar dos comentários e da problemática por motivos de: pós eleição, mas que grata surpresa! Ainda que pareça um pouco contraditório, a história é maravilhosa na mesma proporção em que é aterrorizante e triste.
Partindo desse ponto, Vox conta a história de Jean, uma Doutora, esposa, mãe que vê todos os seus direitos serem extintos por um simples motivo: ser mulher. Quando falo extinção de direitos, me refiro do mais simples e óbvio ao mais complexo, do trabalhar até aquilo que é mais básico no ser humano: falar. Agora as mulheres e crianças (CRIANÇAS!!!!!!!) tem direito a verbalizar 100 palavras diárias e possuem um contador - Jane não permite que chame de pulseira - que identifica e faz a contagem regressiva a medida que vibra para "avisar" a usuária que esse número está diminuindo. Se, pelo motivo que seja, alguém passa das 100 palavras, as mulheres vão levando choques com intensidade que vai aumentando gradativamente.
O livro se passa em um período em que os Estados Unidos foi tomado pela extrema-direita e com ela o fundamentalismo cristão. Milhares de mulheres foram retiradas dos seus trabalhos, incluindo Jane, que na época era uma neurolinguista referência em sua área e reduzidas, literalmente, a mulher do lar. Mas tudo isso não acontece do dia para a noite. No desenrolar da leitura nos é mostrado algumas recordações de uma Jane mais nova, cursando a faculdade e que tinha uma amiga, Jackie, feminista, ativista e lésbica, que constantemente a alertava sobre as pequenas mudanças que estavam ocorrendo na esfera política e que ninguém estava percebendo e uma Jane mais velha, agora profundamente arrependida por não tê-la ouvido e por seu completo desinteresse a respeito dessas problemáticas.
É mostrado a realidade brutal de um novo mundo completamente dominado por homens e que em caso de resistência ou ato não condizente com aquilo que a mulher tem que ser - bela, gentil, doce, submissa, do lar - são imediatamente retiradas da sociedade, presas e exiladas em colônias. Isso te lembra alguma coisa? Pois bem.
Só pra deixar um gancho interessante e com um gostinho de quero mais: o irmão do atual presidente dos Estados Unidos sofre um acidente de esqui e uma área do cérebro é afetada de forma que o deixa incapaz de se comunicar. Quem é a pessoa referência e que, inclusive, realizava pesquisas sobre a área que foi afetada? Jane. Ela vai ajudar alguém que ela tanto abomina em nome de benefícios que pode conseguir para si e para a filha de 5 anos? Ela vai conseguir ser uma resistência efetiva como sua amiga Jackie foi? E uma pergunta que eu me fazia muito desde o início do livro: E O FINAL? Como diria uma outra Jane: decisions, decisions.
A vontade que tenho é de vomitar a história inteira aqui, mas quero que vocês desfrutem a sua própria jornada. Que a gente consiga refletir, pegando como base o contexto atual em que estamos vivendo, como algo passou do plano "ah, mas isso não é possível", "jamais poderiam fazer isso com as mulheres na era em que vivemos"para "COMO ISSO É POSSÍVEL?" e "ISSO ESTÁ ACONTECENDO!".
Achei muito louco esse lançamento por isso, o clima que a gente tá vivendo. A trama lembra o conto da aia né? Mas de uma forma própria por isso das palavras e limitações até com isso. Deve ser muito frustrante mesmo de acompanhar, mas parece uma trama forte e adoraria ler. As decisões da personagem, só esse negócio de quem ela pode ter que ajudar já me deixa nervosa. Tô vendo muita coisa legal dele e ficando cada vez mais interessada em ler.
ResponderExcluirNão sabia do que se tratava o livro até ler sua resenha e achei a história bem interessante. Jane aparenta ser uma mulher forte e que faz de tudo pela filha, e esse acidente que faz o presidente ir atrás de uma mulher para ajudar ser irmão é realmente impactante. Está na lista!
ResponderExcluirOlá, Andressa
ResponderExcluirDesde que o livro foi lançado me apaixonei pela sinopse, agora lendo sua resenha vejo que preciso ler logo.
Senhor só poder falar 100 palavras por dia que complicado e ainda levar choque, não poder trabalhar, perder tudo.
Beijos
Oi Andressa,
ResponderExcluirEu já vi muita gente falando desse livro e ele está na minha lista. Amei a forma como você contou a histórica, fiquei angustiada só lendo :/ Eu assisti esses dias o filme As sufragistas, chorei muito e fiquei o filme todo angustiada. É um filme extremamente necessário de ser assistido.
Oi Andressa,
ResponderExcluirAh, eu estou assistindo "O conto da Aia", e poderia fazer várias comparações com muita coisa que citou do livro. (Inclusive se nunca assistiu, assistaaa, rs.)
É sem dúvidas muito difícil, principalmente como mulher, acompanhar um enredo desses, e pior, imaginar que muitos homens adorariam ver isso acontecer, mas sabe, acho que é uma leitura obrigatória para todos, mostra bem o lado podre do ser humano, e também, que em qualquer civilização, a corrupção existe, e dificilmente será extinta.
Só uma coisa, em um universo desses eu morreria de choques kkk
Espero ler em breve.
Beijos
Oi Andressa!
ResponderExcluirNossa eu quero mto ler esse livro mas te confesso que estou até com um pé atrás com o enredo, é difícil ler um livro onde trazem temas assim...
Eu espero conseguir ler me breve.
Bjs!
Olá! Esse livro está dando o que falar hein... gostei muito do enredo, e apesar dessa história estar bem longe da nossa realidade (até quando!?), acaba refletindo um pouco o que vem acontecendo na nossa sociedade, onde a mulher ainda é colocada abaixo em relação ao homem e muitas vezes silenciadas de maneira ainda mais brutal.
ResponderExcluirOi, Andressa!!
ResponderExcluirEstou bem impactada com a sua resenha e devo dizer que fiquei louca de curiosidade para saber mas sobre essa história. Sem dúvida e um tema difícil e complicado de ser explorado, mas fico imaginando se ficção pode muito virar realidade como nos mulheres poderíamos combater um governo como esse.
Bjos
Adorei sua resenha, parabéns!
ResponderExcluirAi já queria ler Vox, agora então!
Nossa, que livro hein.
E o pior é ver que o cenário político brasileiro se encaminha pra um grande desastre assim... isso é muito triste e assustador!
Vou ler Vox, com certeza, mas confesso que estou com medo.
bjs
Eu gostei bastante de como autora transformou em distopia ao que é bastante atual na nossa sociedade contemporânea realmente um debate assim se faz necessário e a forma como ela construiu história é simplesmente incrível
ResponderExcluir