Maze Runner - A Cura Mortal (2018) | Crítica

E as sagas de distopias teens chegam ao fim no cinema... Ainda bem.

(SEM SPOILERS)

Jogos Vorazes foi uma empreitada interessante no cinema em sua época, abrindo uma nova categoria de filmes que estavam em alta naquele momento, as de séries de livros adolescente, apesar disso havia grande valor em suas conquistas, um filme protagonizado por um jovem mulher, forte, decidida e independente, lutando pela sua sobrevivência e até salvando seu mocinho de morrer. Poucas vezes isso tinha sido visto no cinema americano, e também poucas vezes foi tão lucrativo. Divergente foi uma falha tentativa de reproduzir esse sucesso nos cinemas, com uma atriz fraca ou mal dirigida, com uma trama confusa e rasa, fracassou e teve até seu último filme cancelado. É risível como o cinema tenta replicar os sucessos que surgem por uma boa vontade e empenho de toda uma produção engajada em fazer algo acontece, simplesmente se apoiando numa temática semelhante.

Nunca funciona.

Maze Runner é fruto dessa leva, com um primeiro filme bem estruturado e interessante, com um final muito promissor, elenco principal e de apoio muito carismáticos (meus personagens preferidos não são nem mesmo os protagonistas), o filme tinha potencial para ir além e não ser só mais um filme surfando a onda de distopias teens.

E ele conseguiu em seu segundo capítulo! Prova de Fogo se mostra um thriller de sobrevivência inovador em sua narrativa com diversas cenas interessante, novos personagens ainda mais carismáticos e relevantes, as respostas dadas são satisfatórias, assim como as novas perguntas e seus desfecho angustiante.

E então chegamos em A Cura Mortal, onde os personagens continuam fugindo e resgatando seus companheiros, fugindo e resgatando seus companheiros, fugindo e resgatando… São 2h30 de muita fuga, perseguição, tiros, explosões, torturas e então quando você pensa que vamos avançar um pouco a respeito da trama e dos personagens vem fugas, perseguições, tiros, explosões, torturas… Então o filme se torna cansativo e carente de conteúdo, a história evolui? Sim, mas poderia ter tido 1h a menos, a trama principal do filme que é o resgate de UM personagem parece algo pequeno pra um desfecho de uma saga que trata a respeito do fim do mundo.

E realmente é.

O filme deslancha para uma ação desenfreada que fica cansativo de acompanhar, com soluções Deus ex machina em todas as situações, sempre sendo salvos no último minuto por algo inesperado e até não apresentado pela trama, tirando totalmente o sentimento de urgência que o filme deveria construir nos espectadores, com o desenrolar do longa você passa a esperar o que vai explodir do nada, quem irá atirar por trás ou quem vai trair o inimigo de última hora do nada e sem motivo algum.

O filme é primoroso em suas cenas de ação e elenco, praticamente todos os personagens são interessantes e você lamenta a história  não ir mais a fundo em suas personalidades. Os efeitos especiais estão maravilhosos e a fotografia fria combina muito bem com a sociedade e o mundo em que eles vivem. Para quem está em busca de ótima cenas de ação filme é uma boa pedida.

Maze Runner possui um elenco forte e carismático que fica jogado quase a segundo plano devido o frenesi das cenas de ação, salvo dois momentos específicos que somos capazes de nos conectarmos melhor a eles, finalizando sua saga com um filme sem sabor e que não deve deixar muitas saudades ou lições, com um final fácil, previsível e sem grande impacto.